Cranioestenose ou Craniossinostose
NEUROLOGIA
1/25/20253 min read


Cranioestenose ou Craniossinostose
A cranioestenose, também chamada de craniossinostose, é uma condição congênita que ocorre devido ao fechamento prematuro de uma ou mais suturas cranianas em recém-nascidos. Essa alteração interfere no crescimento normal do crânio e pode causar deformidades na forma do crânio, problemas funcionais e, em alguns casos, comprometimentos neurológicos.
Estrutura do Crânio e Importância das Suturas
O crânio humano é composto por ossos separados no nascimento, conectados por suturas flexíveis que permitem o crescimento adequado do cérebro durante os primeiros anos de vida. Entre essas suturas, destacam-se:
Sutura sagital: localizada no topo do crânio, entre os ossos parietais.
Suturas coronais: duas suturas que conectam o osso frontal aos parietais.
Sutura lambdoide: na parte posterior do crânio, entre o osso occipital e os parietais.
Sutura metópica: no meio da testa, separando as metades do osso frontal.
Essas suturas permanecem abertas durante os primeiros anos de vida, permitindo que o cérebro cresça rapidamente e que o crânio se molde conforme necessário. O fechamento prematuro de uma sutura impede o crescimento normal na direção perpendicular a ela, levando a deformidades e, em alguns casos, aumento da pressão intracraniana.
Tipos de Craniossinostose
A craniossinostose é classificada de acordo com a sutura afetada e a deformidade resultante:
Craniossinostose Sagital:
O fechamento prematuro da sutura sagital impede o alargamento do crânio, resultando em um formato longo e estreito, chamado escafocefalia.
É o tipo mais comum, correspondendo a cerca de 50% dos casos.
Crânio em forma de “barco”, com aumento do comprimento e redução da largura.
Craniossinostose Coronal:
Pode ser unilateral (um lado) ou bilateral (ambos os lados).
Unilateral: Leva a assimetria facial, com elevação de uma sobrancelha e achatamento da testa no lado afetado (plagiocefalia anterior).
Bilateral: Causa achatamento do crânio frontal, resultando em um crânio curto e largo, chamado braquicefalia.
Craniossinostose Metópica:
O fechamento prematuro da sutura metópica forma uma testa estreita com um formato triangular, conhecido como trigonocefalia.
Representa cerca de 5-10% dos casos.
Craniossinostose Lambdoide:
O fechamento da sutura lambdoide é raro e leva a deformidades assimétricas na parte de trás do crânio, causando plagiocefalia posterior.
Causas e Fatores de Risco
As causas da craniossinostose podem ser divididas em não sindrômicas e sindrômicas:
1. Não Sindrômicas:
Representam cerca de 85% dos casos.
Ocorrem sem associação a outras anomalias ou síndromes genéticas.
Possíveis fatores incluem mutações espontâneas ou condições ambientais, como o uso de medicamentos durante a gestação.
2. Sindrômicas:
Associadas a síndromes genéticas como:
Síndrome de Apert.
Síndrome de Crouzon.
Síndrome de Pfeiffer.
Nesses casos, a craniossinostose é acompanhada por outras características, como deformidades nas mãos, pés e face.
Além disso, fatores como idade materna avançada, exposição a toxinas e uso de medicamentos teratogênicos podem aumentar o risco.
Sintomas e Complicações
Os sintomas variam de acordo com a sutura afetada e a gravidade do caso. Os principais sinais incluem:
Deformidades cranianas: Assimetria visível ou alterações no formato do crânio.
Aumento da pressão intracraniana:
Cefaleias.
Irritabilidade.
Vômitos.
Problemas visuais.
Atraso no desenvolvimento: Ocorre em casos graves ou sindrômicos.
Fontanelas fechadas: As áreas moles do crânio podem estar ausentes ou fechadas antes do tempo.
Sem tratamento, a craniossinostose pode causar complicações graves, como deformidades permanentes, déficits cognitivos e problemas de visão.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce é essencial para um tratamento eficaz. Os métodos incluem:
Exame Clínico:
Avaliação do formato do crânio e presença de assimetrias.
Observação de fontanelas e suturas.
Exames de Imagem:
Tomografia Computadorizada (TC): Permite visualizar as suturas e o formato ósseo.
Radiografia do Crânio: Pode ser utilizada, mas é menos detalhada.
Ressonância Magnética (RM): Avaliação complementar em casos mais complexos.
Testes Genéticos:
Realizados em casos suspeitos de síndromes genéticas.
Tratamento
O tratamento da craniossinostose é geralmente cirúrgico, mas a abordagem pode variar de acordo com o tipo e a gravidade do caso.
Cirurgia
O principal objetivo é corrigir a deformidade, aliviar a pressão intracraniana e permitir o crescimento normal do cérebro.
Tipos de Cirurgia:
Craniectomia: Retirada do osso da sutura afetada para permitir o crescimento.
Cranioplastia: Remodelagem do crânio.
Cirurgia Endoscópica: Técnica menos invasiva, ideal para casos diagnosticados precocemente (até 6 meses de idade).
Capacete Modelador
Usado para remodelar o crânio após a cirurgia ou em casos leves.
Acompanhamento Multidisciplinar
Envolve pediatras, neurocirurgiões, oftalmologistas, geneticistas, fisioterapeutas e outros profissionais.
Prognóstico
O prognóstico é geralmente bom para crianças tratadas precocemente. O acompanhamento contínuo é necessário para monitorar o crescimento do crânio, o desenvolvimento neurológico e o sucesso do tratamento. Casos não tratados, especialmente os sindrômicos, podem levar a complicações significativas.
Conclusão
A cranioestenose é uma condição complexa que exige diagnóstico precoce e tratamento especializado. A colaboração entre profissionais de saúde e a família é fundamental para garantir uma abordagem eficaz e melhorar a qualidade de vida da criança. Se houver suspeita de deformidades cranianas em um recém-nascido, a busca por avaliação médica é crucial para prevenir complicações e proporcionar o melhor cuidado possível.
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